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Mestrado Profissional em Engenharia AmbientalÁrea de Concentração: Saneamento Ambiental - Controle da Poluição Urbana e Industrial
Dissertação de Mestrado: Ocorrência de Bisfenol a e Análogos em Água Mineral Envasada em Diferentes Materiais PlásticosLeandro Pierre da Conceição- PEAMB
- Orientador
Profa. Marcia Marques Gomes , Ph.D. 2000 - Royal Institute of Technology-KTH, Estocolmo/Suécia - k- Banca
- Data - hora da defesa
- 05/04/2024
- Resumo
- CONCEIÇÃO, L.P. Ocorrência de bisfenol A e análogos no armazenamento de água enfasada em
diferentes materiais plásticos. 2024. 119 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) -
Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
O Bisfenol A (BPA) é extensivamente empregado na manufatura de materiais plásticos,
visando conferir-lhes resistência, flexibilidade e estabilidade. Diversos outros compostos análogos,
tais como Bisfenol S (BPS), Bisfenol F (BPF) e Bisfenol AF (BPAF), também são empregados com
finalidades similares. Alguns bisfenóis causam ou são suspeitos de causar impactos sobre a saúde por
atuarem como desreguladores endócrinos. Como o bisfenol das embalagens plásticas pode ser
liberado para a água mineral envasada é relevante investigar as condições e fatores que podem
desencadear ou intensificar tal liberação. A presente investigação utilizou a abordagem de revisão
sistemática (2012 a 2022) sobre BPA e seus análogos em água mineral envasada em diferentes
embalagens e condições de armazenamento. Após a aplicação de critérios de elegibilidade foram
selecionados 57 artigos publicados em periódicos indexados com JCR incluindo 599 observações
sobre concentrações dos bisfenóis em água mineral mantida em embalagens de PC, PET, PVC, Vidro,
PP, PE e material não informado (n.i.). As variáveis investigadas incluíram: material de confecção da
mbalagem; tempo de armazenamento (dias), armazenamento na sombra/incidência de luz solar;
temperatura de armazenamento (oC) e pH. Com base nos dados disponíveis foi observado que: (a) de
um total de 599 amostras analisadas, 398 (66.4%) eram garrafas PET, 14.9% garrafas de material não
informado (n.i.) and 13.2% de PC, sendo que as amostras restantes (5.5%) eram de outros materiais;
(b) de um total de 459 amostras analisadas para BPA, 10 (2,2% sendo todas em garrafas PET) não
informavam os teores de BPA; 46 (10,0%) apresentavam teores superiores ou iguais a 25.000 ng L-1
e 413 amostras (90%) apresentavam teores inferiores a 25.000 ng L-1; (c) segundo o teste de Mood
(comparação entre medianas), a concentração mediana de BPA em garrafas PC (136 ng L-1) foi
significativamente superior (α < 0.05) do que em garrafas PET (15 ng L-1); (d) segundo o teste de
Pearson houve correlação positiva entre o tempo de armazenamento e a concentração de BPA, tanto
em embalagens de PC quanto de PET; (e) segundo o teste de Pearson houve correlação negativa entre
o valor de pH e a concentração de BPA em embalagens PET. A detecção de BPA em amostras de
água mineral em garrafas PET deve ser elucidada, haja vista que PET a princípio não possuiria BPA
em sua composição. O BPA é o único bisfenol com limite estabelecido por normas internacionais
(EFSA, 2023), sendo o Limite de Ingestão Diária tolerável (Total Daily Intake-TDI) igual a 0,2 ng
kg-1 peso corporal. Logo, para um adulto de 70 kg que consome 2 L de agua mineral envasada por
dia, tal água poderia conter até 7 ng L-1, sendo que 32 de 599 amostras apresentaram valores acima
do aceitável. Observou-se ausência de informações importantes em muitos artigos, tais como:
material da embalagem; tempo de armazenamento; temperatura de armazenamento; pH; limites de
detecção (LOD) e de quantificação (LOQ) dos métodos analíticos.
Palavras-chave: Bisfenol; Água mineral; Embalagem plástica; Condições de armazenamento.
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